Eu alimento-me de afectos.
Dos abraços e beijos do meu marido, da forma carinhosa como
me trata.
Do seu peito, que me serve de almofada, das mãos dele que se
tornam as minhas luvas, dos braços que se transformam no meu casaco.
Alimento-me dos beijinhos e abraços dos meus filhos, dos
elogios que me dão, da forma como demonstram que me amam, dos seus olhos
brilhantes e dos seus sorrisos.
Eu alimento-me dos olhos dos meus irmãos, quando olham para
mim e sinto todo o amor que sentimos uns pelos outros, dos risos deles quando
relembramos a nossa infância.
Eu alimento-me dos abraços dos amigos, das festas que me
fazem nos braços ou nos cabelos e dos beijos e abraços que lhes dou.
Eu alimento-me de afectos, de tanta gente que me trata bem,
da bondade das pessoas que não tem limite, que se oferecem para ficar com os
meus filhos, que se oferecem para tudo o que eu precisar quando os tempos estão
difíceis.
Eu alimento-me de gestos simples mas cheios de significado,
como um telefonema, um café tomado à pressa, só para me dar um beijinho. Um
tacho de comida feito em casa de amigos, e trazido para a minha casa, só para
podermos estar juntos.
Eu alimento-me de quem me quer bem e demonstra.
Eu alimento-me do amor que me dão e tento retribuir de todas
as formas que me lembro, não sei se algum dia vou conseguir retribuir todo o
amor e carinho que tenho recebido.
Obrigada a todos.
Ana Silvestre
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