02 janeiro, 2015

Tranformação da nossa vida


As modificações, transformações e evoluções pessoais vêm sempre acompanhadas de dor.

Eu lembro-me sempre da história da borboleta, que para sair do casulo, embora lhe custe e por vezes demore imenso tempo, tem de ser ela a realizar esse trabalho, se a ajudarmos, simplesmente, morrerá.

Connosco é igual, para uma mudança ser eficiente, tem de vir de dentro para fora. E custa, custa a quem passa por ela e custa aos que assistem.

Quantos pais já não choraram ao ver os filhos transformarem-se? Aqueles meninos ou meninas tão doces, chegam a uma altura em que abrem as asas e nada os pára. E então inventamos desculpas, que foram as más companhias que os influenciaram. Que os estragaram. Não foram.

São eles a crescerem. São eles a construírem a sua própria vida e o seu futuro.

Alguns experimentam drogas, ou álcool, outros têm outro tipo de atitude que consideramos reprovável. É a vida deles. Temos de os deixar viver e bater com a cabeça e aprender. Mas custa…

Às vezes somos nós, já mais velhos, mas que sempre fizemos aquilo que os outros esperavam de nós. Até que um dia decidimos pôr um termo áquilo.

Ou continuamos a agir como sempre agimos e nos deixamos lentamente morrer por dentro, ou damos um pontapé e dizemos e fazemos aquilo que nos faz felizes.

E talvez também nos digam que nós mudámos, que nos tornámos insensíveis, que outros nos influenciaram.

Digam o que disserem, uma vez a decisão tomada não voltaremos atrás porque decidimos pegar nas rédeas da nossa própria vida, porque a vida é nossa e cabe a nós vive-la da forma que nos fizer feliz.

Eu não acredito em amores em que não se dizem as coisas para não magoar. Seja entre pais e filhos, ou filhos e pais, ou entre marido e mulher ou irmãos.

Quem não diz aquilo que o magoa, vai alimentando mágoas e rancores e esse nunca pode ser um amor puro. Um dia, quando um dos dois morrer, permanecerão palavras por dizer, ressentimentos e pesos na consciência, porque não conseguimos amar em plenitude quem nos magoou.

Ana Silvestre

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