O meu pequenino faz hoje dez anos. De pequenino ele já tem muito
pouco, mas para nós cá em casa, será sempre o pequenino. É o meu terceiro
filho. É um menino muito meigo e muito inteligente.
Nasceu às seis horas e dezanove minutos.
Quer ser cientista.
Faz também hoje oficialmente dez anos que eu me tornei uma
MATI – mãe a tempo inteiro.
E digo oficialmente porque esta era uma decisão que eu tinha
tomado ainda antes de engravidar.
Decidi, juntamente com o meu marido que se fosse para ter
outro filho, seria mais vantajoso para todos eu ficar em casa com eles.
Comuniquei a minha decisão ao jornal onde trabalhava, no
mesmo dia em que anunciei que estava grávida. Contei-lhes os meus planos e
ofereci-me para arranjar substituta e assim fiz.
Desde o meu primeiro filho que eu sentia a necessidade de
acompanhar o crescimento deles de outra maneira, ao terceiro, tinha reunido as
condições para tal.
Muita gente achou que eu me iria arrepender. Nunca me
arrependi. Ponderei muito bem aquilo que queria e se era possível e só avancei
quando soube que estava preparada.
Todos os dias agradeço a Deus pelo privilégio que tenho. Sei
que não todas, mas algumas mulheres gostariam de fazer o mesmo que eu e não
podem.
Eu sou muito feliz com a decisão que tomei. Os meus filhos
ao princípio ficaram felizes, depois começaram a não gostar de ter sempre a mãe
em casa, não dá muito jeito quando querem fazer farras cá em casa…
Se fosse hoje, voltava a fazer o mesmo. Não há dinheiro que
pague as horas que passei com eles.
Agora vou-me despachar que tenho de ir cantar os parabéns à
escola e levar um bolo feito por mim, privilégio de uma mãe a tempo inteiro.
Ana Silvestre
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