Faço hoje vinte e quatro anos de casada! Este número nos
dias que correm é quase um recorde e não minto se disser que às vezes em vez de
vinte e quatro anos me parecem vinte e quatro meses.
Tenho tido um casamento muito feliz. Casei com o homem que
amava, com aquele que senti que seria eternamente feliz e não me enganei.
É claro que olhando para a minha vida e vendo os meus três
filhos tão crescidos e analisando cada alteração, cada mudança de casa, cada
mudança na nossa vida, sei que já se passaram de facto estes anos todos. Mas
passaram muito rápido.
Muitos me dizem que tenho muita sorte com o marido que tenho
e com o casamento, e eu sei que sim, mas acima de tudo, sei que faço por
merecê-lo.
Um casamento precisa de ser alimentado, precisa de muita
compreensão, precisa de uma grande amizade e de um grande amor.
Quando os filhos são pequenos não é fácil darmos a atenção
um ao outro que seria desejável e eu sei disso porque tenho três filhos e já
houve alturas em que sentíamos essa falta de tempo e disponibilidade para nos
sentarmos e conversarmos com calma e para namorarmos.
Mas sempre conversámos muito acerca de tudo e sempre
soubemos que era uma fase e que eles iriam crescer e nós voltaríamos a ficar
com tempo para nós e assim foi.
Muitas vezes um longo abraço, substituiu palavras.
Todos os dias dizemos que nos amamos, todos os dias nos
beijamos, todos os dias nos ajudamos mutuamente.
Quando eu estou em baixo, o meu marido puxa por mim,
mima-me, abraça-me, leva-me a passear e diz que me ama.
Quando é ele a estar em baixo, faço tudo para o animar,
abraço-o, elogio-o, preparo-lhe surpresas com coisas que sei que ele gosta.
Nunca perdemos a capacidade de nos vermos como um casal. Nunca
deixámos que os filhos ocupassem esse lugar. Nós, enquanto casal, somos nós e
os nossos filhos são os nossos filhos.
Sempre mantive fresco na minha mente que a vida dos meus
filhos é deles e que mais cedo ou mais abandonarão o ninho e o meu companheiro
será o pai deles, o meu amor e a pessoa que escolhi e me escolheu para vivermos
em conjunto.
Penso ser esse o segredo.
Se fosse hoje, casava novamente com ele.
Ana Silvestre
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