Há muitos anos que optei por não professar qualquer tipo de
religião. Porquê? Porque pela minha experiência própria constatei que as
religiões separam muito mais do que unem.
Quando alguém opta por se juntar a uma determinada religião
muitas vezes acaba por se afastar dos outros membros da família e amigos.
Muitas vezes não o faz de modo consciente, mas ao adoptar certos comportamentos
e regulamentos da mesma, isso dita o seu afastamento dos que lhe estão mais
próximos.
Muitos dir-me-ão que se sentem muito mais felizes e que essa
foi a opção que os fez felizes. E eu aceito. Não podem é impor aos outros, nem
mesmo aos filhos a sua crença.
Se acredito em Deus? Acredito sim. E muito, se calhar muito
mais do que alguns que têm religião.
E falo com Ele e agradeço-lhe e peço-lhe conselhos.
Mas optei por não professar nenhuma, porque sinceramente
acho que Ele prefere assim.
Acho que Ele não quer ninguém disposto a matar em seu nome.
Acho que o que Ele sempre pretendeu foi que houvesse amor e compreensão entre
todos.
Acho que Ele deve estar estupefacto com o que se faz em nome
dele.
Eu prefiro assim. Respeito todas as religiões e todas as
pessoas, desde que também me respeitem a mim.
Sinto-me bem tanto numa igreja, como num terreiro ou
mesquita.
Custa-me é ver incitações ao ódio, discriminações,
julgamentos e castigos infligidos, por pessoas que dizem acreditar em Deus.
Mas quem sou eu para julgá-los? Só Ele o pode fazer. Peço
perdão.
Ana Silvestre
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