Custa-me ver as pessoas a desistirem dos seus sonhos.
Custa-me a entender que alguém se ache demasiado velho para poder ser feliz.
Talvez me custe porque sempre fui uma pessoa optimista,
sempre fui de lutar por aquilo que queria.
Sempre adorei surpresas e sempre me perguntei e fiquei
expectante em relação ao meu futuro. E ainda hoje penso muitas vezes no que o
futuro me reservará.
Uma das minhas avós tirou um curso aos cinquenta anos, outra
mudou de casa aos setenta e tal. Talvez esteja nos meus genes, esta alegria de
viver, este achar que o fim só chegará quando eu já estiver morta.
Enquanto há vida há esperança. Enquanto tivermos sonhos, não
morreremos.
Enquanto há vida, há sempre a hipótese de tentarmos
modificar o que está mal, de aprendermos com os nossos erros. Há sempre
hipótese de pedir desculpas, de fazermos de novo e desta vez, diferente.
Não gosto de desistentes, de quem cruza os braços e desiste
de viver.
Gosto de quem abraça a vida com alegria, de quem imagina e inventa
formas de tornar os outros mais felizes, de quem prepara surpresas e de quem dá
uma boa gargalhada.
Ana Silvestre
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