27 janeiro, 2014

Textos de Ana Silvestre

Não sou de todo uma fada do lar, daquelas que têm sempre tudo num brinquinho, com as gavetas muito organizadas e os móveis a brilhar.
No entanto, penso que como em qualquer coisa da nossa vida ou mesmo dentro da nossa cabeça é necessário haver um mínimo de organização.
É que a desorganização dos objectos, da casa ou da cabeça, rouba-nos imenso tempo e energias. O tempo que perdemos à procura de coisas, por não termos um sítio específico para elas é muito desgastante, além de nos arrasar com os nervos.
Assim, vale a pena perdermos algum tempo a organizar, para depois poder desfrutar.
Eu tenho várias caixas onde guardo tudo aquilo que não se pode perder: garantias de máquinas, passaportes, boletins de saúde, talões de depósitos importantes, etc.
Noutra caixa guardo as coisas que os meus filhos me foram oferecendo ao longo dos anos, postais escritos por eles, coisinhas feitas no infantário, pequenos poemas.
E assim vou organizando as coisas minimamente para quando for preciso, não andarem cinco baratas tontas às voltas pela casa.
Com os problemas é igual: é preciso dissecá-los, parti-los em bocadinhos e não juntar tudo num enorme bolo.
Há pessoas que vão arrumar um quarto, entretanto vêem um copo em cima da mesa -de -cabeceira e vão levá-lo à cozinha, quando lá chegam começam a arrumar os pratos, entretanto encontram um termómetro em cima da bancada e vão pô-lo na casa de banho ou no armário dos medicamentos e ao chegar ao dito armário, começam a organizá-lo.
Isto é um enorme dispêndio de energia e chegam ao fim de duas horas e continua tudo desarrumado.
É preciso começar num lado e acabá-lo, sem distracções, se encontramos um copo no quarto, poisamo-lo à saída do mesmo, junto da roupa suja e do que não pertence ao quarto e só quando o acabarmos devemos passar à divisão seguinte.
O mesmo se passa com os problemas, é preciso identificar o que está mal e resolver um a um.
Ana Silvestre

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