O meu filho mais novo todos os dias me diz que sou a melhor
mãe do mundo, várias vezes ao dia, abraça-me e repete-me isto.
Os outros dois também já me disseram isto quando eram mais
pequenitos. Hoje já não dizem. Hoje apontam-me defeitos, questionam o que eu
lhes digo e criticam-me.
Mas amam-me, isso eu sinto. Continuam a abraçar-me e a
beijar-me, só não me dizem as palavras mágicas.
E penso que isto é crescer.
Houve um tempo em que eu era perfeita aos seus olhos. Em que
tudo o que a mãe dizia era lei e a mãe sabia mais do que todas as outras mães.
Não sou perfeita, tenho até bastantes defeitos e hoje eles
sabem disso. Já não me veem com o seu olhar inocente de crianças.
Isto é crescer.
E eu fico orgulhosa deles, porque sei que cumpri o meu
papel.
Nunca pretendi que os meus filhos me achassem perfeita,
porque não sou, assim como eles não são e não acredito que haja nenhuma mãe
perfeita.
Sou simplesmente uma mãe que ama os seus filhos de forma
incondicional e que quer que eles construam a sua própria vida.
Nunca escondi os sentimentos dos meus filhos, se me
apetecesse chorar, chorava, se estava zangada, mostrava. E eles aprenderam a
demonstrar também os seus sentimentos.
Mas sabe bem, enquanto durar, ouvir as palavras mágicas: és
a melhor mãe do mundo.
Ana Silvestre
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